Arquivo mensais:janeiro 2012

Gradiente ensaia volta para abril de 2012

Antes de tudo, como diriam lá na Kombo… Chama o Bruce!

A Gradiente ensaia sua volta ao mercado em abril próximo. Segundo o TI Insider, Eugênio Staub, presidente do conselho da IGB Eletrônica, companhia que detém os direitos da marca, quer que novos produtos da Gradiente cheguem ao mercado em abril próximo. Segundo ele, desde 2011 a empresa voltou à operação: “Toda a parte administrativa já está funcionando”.

A volta da Gradiente dá-se numa situação complexa, onde a detentora da marca, a IGB, atualmente, tem dívidas que somam cerca de R$ 500 milhões. Boa parte desse valor (quase R$ 390 milhões), será quitada com o arrendamento da marca à empresa CBTD. O resto, débitos de refis, a companhia luta na Justiça para ser extinto. Ela ainda aguarda o recebimento de um processo ganho contra a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), no valor de R$ 235 milhões, mas ainda aguarda o julgamento final por parte do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Para driblar a concorrência nesse retorno, a Gradiente vai apostar no segmento de informática (onde ela já esteve, como todos nós sabemos, e falamos muito no episódio 18). A princípio, o foco será em notebooks e tablets, para se diferenciar dos concorrentes. Bem, se tiverem a mesma “qualidade” com a qual produziram MSXs, será novamente sofrível.

E vocês, o que acham dessa tentativa de reviver a Gradiente? Boa iniciativa ou deveria continuar enterrada e morta? Opinem nos comentários.

Sobre a 40ª RU Barcelona

O tradicional grupo de usuários AAMSX organizou o 40 (sim, QUADRAGÉSIMO) encontro de usuários na aprazível cidade de Barcelona, Espanha, no segundo sábado de dezembro último (também conhecido como 10 de dezembro de 2011), e o Konamito publicou no seu blog várias fotos de como foi o encontro. É para deixar qualquer fã de retrocomputação (em especial, os MSXzeiros) babando.

Os encontros espanhóis tornaram-se referência na comunidade européia MSXzeira depois do fim dos grandes encontros holandeses dos anos 1990, como Zandvoort, Tilburg e posteriormente Bussum. São dois encontros anuais organizados pelo AAMSX, o que perfazem 20 anos de encontros – uma marca impressionante. Além deles, há o encontro de Nijmegen, organizado por Manuel Bilderneek e que tradicionalmente ocorre em janeiro. Logo, há uma presença grande de holandeses nesse encontro, dada a proximidade. Vantagens de morar em países pequenos.

Você ainda pode ler os relatos feiros pelo próprio grupo AAMSX, ou ainda no blog do grupo z80st (todos em espanhol).

O Raspberry Pi a caminho das suas mãos

Citamos de passagem o Raspberry Pi no episódio 16, e desde aquele distante agosto a fundação da qual David Braben faz parte tem trabalhado incansavelmente para transformar em realidade o sonho de um pequeno computador ARM/Linux por 25 dólares (ou 35 dólares, se você comprar o modelo B com Ethernet e 256MB de RAM) para crianças.

O sonho se tornou realidade em 10 de janeiro (de bônus, uma lição dos motivos pelos quais quase ninguém mais produz algo que tenha chip fora da China) – para comemorar, o Slashdot entrevistou Eben Upton, líder do projeto, na CES 2012.

E, claro, começaram os demos: XBMC rodando no bichinho; Raspberry Pi, AirPlay e vaquinhas.

Nós do Retrocomputaria estamos acompanhando com muita atenção e muita esperança o projeto, e esperamos que nasça uma nova geração de programadores a partir dele.

Resenha: “1983, o ano dos videogames no Brasil”

Nós evitamos falar de videogames clássicos no Retrocomputaria, embora isto não signifique que não nos interessemos por eles. Por isso, na primeira oportunidade que tive (leia-se MSX Jaú 2011), comprei o livro “1983: o ano dos videogames no Brasil” (Edição por Demanda, 2011), já citado pelo Ricardo em episódios do podcast.

Resumo tl;dr: um excelente livro para os interessados em videogames e eletrônica de consumo, apesar de alguns reparos e algumas lacunas na parte analítica – boa parte, assumo, de coisas que só devem incomodar a mim.

Poucas pessoas que não estavam diretamente envolvidas com o mercado da época tem mais bagagem que o autor, Marcus Garrett (entre outras coisas, fundador do clube Canal 3 e da revista eletrônica Jogos 80), para escrever o livro; com seu conhecimento da área e seu rigor de biblioteconomista, condensou num livro pequeno (pouco mais de 100 páginas) e de fácil leitura (letras grandes e muitas imagens) um grande número de dados, todos devidamente catalogados, com destaque para revistas cujas editoras já faliram.

(Uma observação: tempos esquisitos estes que vivemos, em que é necessário perder um bom pedaço de um capítulo dizendo que não há intenção de ferir direitos autorais de terceiros, quase eclipsando o esforço hercúleo de conversão de preços feita pelo autor)

O segundo capítulo do livro, e o primeiro que analisaremos, tenta dar uma ideia do cenário econômico do Brasil de 1983. Aqui se concentram minhas diferenças em relação ao caminho trilhado pelo autor:

  • achei que faltaram informações sobre o estado caótico das contas externas da economia brasileira (justo num dos piores anos da crise da dívida dos anos 80!) e sobram citações à Reserva de Mercado, uma política que apenas em um caso (a impossibilidade da Philips de usar a plenitude do teclado do Odyssey) afetou um setor (e aí falando da eletrônica de consumo em geral, não apenas dos videogames) que, certamente, não era visto como de “importância para a segurança nacional” pelos militares. Mesmo o ato da SEI de outubro de 1982, proibindo a remessa de royalties sobre importação de software, é mais um dos atos desesperados para evitar a saída de dólares do que propriamente uma política de reserva;
  • sobre a importância do contrabando e dos empreendedores (que se aproveitaram de brechas na lei e do “jeitinho brasileiro” para empreender) para a formação do mercado de videogames no Brasil: é natural que, numa situação desesperadora como a do início dos anos 80, o grande empresariado se tornasse refratário à entrada em mercados desconhecidos, que exigiam um grande investimento de capital e tinham um retorno questionável – basta ver que o primeiro estudo patrocinado por uma grande empresa para sancionar a existência de um mercado de videogames foi feito pela Gradiente, em 1983.

O terceiro capítulo fala da “era que antecedeu os cartuchos” – Telejogo, relógios com jogo da Casio, “joguinhos de mão” (Game&Watch) da Nintendo, um capítulo correto. Depois desse capítulo, entramos no centro do livro.

Começamos pelo Atari 2600, que foi o grande líder do mercado brasileiro. Achei bem interessante a citação aos empreendedores, como a Atari Eletrônica em hardware e ao Canal 3 (nada a ver com o clube) e Dynacom, em cartuchos. Mas acho que o mais interessante, mesmo, é como Marcus conseguiu visualizar que não apenas o anúncio da vinda oficial da Atari via Gradiente/Polyvox mas também os tropeços da produção inicial e os atrasos do lançamento (um estudo de caso dos problemas de se fabricar com baixo índice de nacionalização em situações cambiais adversas) ajudou a fortalecer um mercado de clones, com nomes grandes da época (CCE, Dismac) e pequenas empresas que se tornaram nomes conhecidos (Dynacom, Milmar).

Depois, o Odyssey, da Philips (embora tenha chegado primeiro por uma pequena empresa chamada Planil, importando o videogame e embalando aqui); o autor entendeu corretamente que a Philips aproveitou bem a vantagem de ser o first mover no mercado nacional de massa (leia-se com entrada nos grandes magazines), entre abril e outubro, mas faltou um pouco de informações sobre a empresa não ter mudado sua estratégia quando a blitz de marketing da Gradiente/Polyvox inundou o mercado brasileiro de Atari.

O próximo é o Intellivision, trazido pela Mattel em parceria com a Sharp do Brasil (que, na época, era do grupo Machline, que usava o nome sob licença da Sharp japonesa) na joint-venture Digimed, depois Digiplay. Senti falta de informações sobre os atrasos na produção, que por pouco não fizeram a Digimed perder o Natal de 1983, mas pelo menos teve citação à TV POW!

E o último da lista é o Colecovision, o único não bancado por um grande player da eletrônica de consumo nacional da época (e que, portanto, acabou praticamente desconhecido no Brasil). A história da falha da CBS (detentora dos direitos do Colecovision onde a Coleco não atuava) em conseguir um parceiro nacional merece ser melhor contada.

Para fechar o livro, um capítulo sobre o Natal de 1983, o “Natal dos videogames”. Um capítulo pequeno para uma grande história, de como os videogames salvaram um dos natais mais trágicos de um dos anos mais trágicos da “década perdida”.

No final, apesar dos escorregões, um livro delicioso de se ler e que deve ser item obrigatório em qualquer biblioteca de interessados em videogames clássicos e, porque não, retrocomputação.

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Bom dia, boa tarde, boa noite caros ouvintesleitores! Este é o post de inauguração do Retrocomputaria Plus (ou como R+ para encurtar). Como já foi dito em vários episódios do Retrocomputaria Podcast este é nosso espaço para publicar as coisas que queremos tratar com mais um pouco de atenção mas que não se encaixariam no formato de podcast. Aqui vocês encontrarão resenhas de livros, filmes, software, hardware e, claro, o quase infinito universo de notícias que rolam no fascinante mundo da retrocomputação. Sendo assim, sem ficar enrolando muito, caros ouvintesleitores, sejam bem-vindos!

E, se você não entendeu a piada do título, considere-se um felizardo pois nunca precisou usar um C1541 em sua vida!

Especial 2011 parte B: Falha Nossa!

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Nesse episódio temos… Tudo o que não foi ao ar em 2011. Logo, vocês ouvirão ao longo de janeiro (e o início de fevereiro) quase todas as abobrinhas que cortamos na edição e achamos que não era recomendável ser publicado. Falamos de quase tudo, até retrocomputação! Esperamos que vocês gostem, mas lembrem-se de não ouvir esse episódio ao lado de pessoas mais sensíveis, não tivemos nem censura nem pena.

 E lembrem-se: agora em janeiro, Retrocomputaria Plus!

 Ficha técnica:

  • Participantes: Ricardo, João, Cesar, Sander e o Anônimo
  • Convidados: Márcio Lima e Rogério Belarmino
  • Duração aproximada: 61 minutos
  • Músicas de fundo: Músicas diversas.

Siga-nos no Twitter: @retrocomputariaEnvie-nos um email também, caso você prefira. Ou então comente aí embaixo. Nós iremos ler, acreditem!

Especial 2011 parte A: Falha Nossa!

 

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Nesse episódio temos… Tudo o que não foi ao ar em 2011. Logo, vocês ouvirão ao longo de janeiro (e o início de fevereiro) quase todas as abobrinhas que cortamos na edição e achamos que não era recomendável ser publicado. Falamos de quase tudo, até retrocomputação! Nesse episódio em especial, teremos também uma conversa entre o Ricardo e o Cesar de como foi o ano de 2011 para o Retrocomputaria, como ele é feito, como é editado, pautas, discussões… Esperamos que vocês gostem, mas lembrem-se de não ouvir esse episódio ao lado de pessoas mais sensíveis, não tivemos nem censura nem pena.

 E lembrem-se: agora em janeiro, Retrocomputaria Plus!

 Ficha técnica:

  • Participantes: Ricardo, João, Cesar, Sander e o Anônimo
  • Duração aproximada: 65 minutos
  • Músicas de fundo: Músicas diversas.

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Episódio 19 – Parte C – Periféricos novos para micros clássicos

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Este é o Retrocomputaria 19, e atendendo a uma sugestão do ouvinte Daniel Campos (sim, atendemos sugestões bacanas de ouvintes!) falamos de periféricos novos para micros clássicos.

Este episódio é uma maratona dedicada às mundialmente famosas Erratas do Quinto Elemento, sobre o episódio 18. De bônus, comentários do Tabajara.

E lembrem-se: agora em janeiro, Retrocomputaria Plus!

Ficha técnica:

  • Participantes: Ricardo, João, Cesar, Sander e o Anônimo.
  • Duração aproximada: 55 minutos.
  • Músicas de fundo: Músicas variadas de jogos do Commodore 64 (SID).

URLs do podcast:

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